O Fenómeno Megalítico
O Megalitismo é um fenómeno cultural que se caracterizou pela utilização de grandes blocos de pedra, com os quais se construíram vários monumentos, em épocas muito recuadas da história do Homem. Os monumentos megalíticos mais representados no nosso País e, particularmente, nesta região, são as Antas ou Dólmenes. A investigação arqueológica permite-nos dizer que estes monumentos sofreram uma evolução arquitectónica, a partir do 5º milénio antes de Cristo, até à Idade do Bronze (2º milénio/1° milénio a.C.) Quando completos, os Dólmenes eram constituídos por um espaço funerário, designado por "câmara dolménica", formada por várias lajes, fincadas verticalmente no solo, cobertas por uma outra, chamada "tampa" ou "chapéu":
Estas construções funerárias eram cobertas por um montículo de terra e pequenas pedras, que envolvia o túmulo megalítico, a que o povo passou a chamar "mamoas". Tal como a Mamoa de Lamas estes monumentos eram quase sempre construídos em locais elevados, destacando-se na paisagem.
Quem eram os construtores de megálitos?
As investigações arqueológicas até hoje realizadas nesta zona não nos permitiram identificar os povoados contemporâneos da Mamoa de Lamas. No entanto, o que sabemos do estudo noutras localidades do país, permite-nos afirmar que os construtores destes monumentos viviam em pequenas comunidades e se dedicavam à agricultura" à pastorícia e também à recolecção e à caça.
O que nos parece de salientar é o facto de serem capazes de empreender tarefas colectivas, como a construção destes grandes monumentos, o que implicava uma grande coordenação do trabalho e a solidariedade de todos os membros da comunidade.
A Arte Megalítica
À semelhança do que acontece em monumentos deste tipo, na nossa região, as lajes que constituíam a câmara dolménica da Mamoa de Lamas apresentavam vestígios de pinturas, de cor branca, com motivos esquemáticos.
Estas representações que para nós hoje são algo enigmáticas, tinham um significado simbólico para essas comunidades que celebravam nestes monumentos cerimónias mágico-religiosas.
O espólio aqui encontrado
Estes monumentos serviram normalmente de túmulos colectivos, muito embora fossem mais do que um simples sepulcro. Eram locais sagrados, de culto e de encontro de todos os membros da comunidade. Esse simbolismo também se manifesta nos objectos que eram depositados junto dos mortos -pontas de seta, machados de pedra polida, lâminas de sílex, vasos cerâmicos - ou seja, instrumentos associados às actividades que lhes permitiam extrair da natureza os bens que necessitavam para a sua sobrevivência. O espólio recolhido é de grande interesse, caracterizando-se pela sua abundância, qualidade e raridade, com destaque para os materiais líticos, onde predominaram as pontas de seta e alguns micrólitos, está depositado no Museu de Arqueologia D. Diogo de Sousa em Braga.
A reconstituição do monumento
Ao reconstituirmos o monumento megalítico de Lamas tivemos rigorosamente em conta as indicações dadas pela investigação arqueológica, relativamente às técnicas arquitectónicas seguidas na construção deste monumento. Por razões que se prendem com a preservação dos esteios pintados, os mesmos foram retirados e devidamente tratados, para que não se percam os vestígios da pintura. Todos os blocos graníticos foram limpos, desinfestados (dos musgos e líquenes), consolidados e protegidos de forma a melhor resistirem à erosão provocada pelos agentes naturais. O projecto beneficiou de fundos comunitários de apoio, através da sua integração no Sub-Programa C do PRONORTE, tendo sido aprovado pela Unidade de Gestão em 02.12.1998
• Investimento Elegível: 10.170.000$00
• Comparticipação FEDER 5.085.000$00 (50%)
Localização
A cerca de 6,5 Km da cidade de Braga, pela Estrada Nacional nº 309 (Braga - Famalicão, pela Veiga de Penso)
Rua da Mamoa – Junto ao Edifício da Sede da Junta
LAMAS - BRAGA
Texto: Museu de Arqueologia D. Diogo de Sousa
Desenho de Postais: Curso de Registo e Desenho Arqueológico - Câmara Municipal de Vila do Conde/IEFP
Desenho da Pintura: Filipe Antunes – Museu de Arqueologia D. Diogo de Sousa
Desenho a lápis: Edgar Duarte 2012
Fotografia: Fundo Documental do Museu de Arqueologia D. Diogo de Sousa
Este monumento tem cerca de 5.000 anos
Por favor, ajude-nos a preservar a sua existência!